JR - Senador Pimentel como o senhor está vendo essa crise?
Senador Pimentel - “A crise é resultado de mudanças que estão sendo feitas. E aqueles que tinham uma determinada posição no Estado patrimonialista quando diminui, reage. Evidentemente que o novo dá trabalho para ser aprovado. E é isso que nos estamos discutindo nesse momento. Por exemplo, 80 por cento da corrupção no Brasil vem do financiamento empresarial de campanha. Aquele grupo empresarial adianta o financiamento da campanha e é por isso que o Brasil tem uma das campanhas mais caras do mundo que está aqui. E em seguida ele quer tirar em dobro do que adiantou. Antes, quando a sociedade não tinha acesso às informações, à transparência, isso vem da Lei do Ficha Limpa, daquela campanha de 98 em que dizia-se que o voto não tem preço, tem consequencia, foi aprovada aquela Lei da Transparência. Esse conjunto de informações chega hoje aos cidadãos e cidadãs brasileiras e eles ficam indignados, e com razão, sobre esse processo de retirar do Estado o dinheiro público para crescer o patrimônio daqueles que eram do Estado patrimonialista”.
JR
- E politicamente o PT está pagando esse
ônus?
Senador
Pimentel – “Sim, se você pegar a Operação Lava Jato você tem ali 14 partidos
que participaram do processo de
financiamento de campanha, parte deles com um número que chega a 32
parlamentares denunciados, o nosso partido tem 6, tem sua culpa também, mas é
bom lembrar que esse processo faz parte de todo o sistema de financiamento de
campanha.
Eu
vi outro dia o levantamento das campanhas de 2014 das empresas que estão na
Lava Jato: 42% da doação de campanha das empresas da Lava Jato foram para o
candidato do PSDB, 37% para a candidata do Partido dos Trabalhadores e uma boa
parcela também para a candidata do PSB porque
é da natureza do financiamento privado de campanha, que leva a esse processo."