Deputados
juntos com grevistas em conversa franca
Sentado no chão,o deputado Zezinho Albquerque (de paletó)conversa com os grevistas na madrugada dequarta-feira. |
A greve de professores,
alunos e servidores das três universidades estaduais – UECE, UVA e URCA –
dominaram os debates em plenário na Assembléia Legislativa nesta quinta-feira
com a minoria da oposição fazendo barulho e a maioria da situação dando
explicações. Além disso, o barulho era ainda maior no “hall” de entrada do
plenário onde os grevistas estão acampados desde a noite de quarta-feira
ostentando cartazes, cantando, dançando e gritando palavras de ordens. Na
realidade foi uma negociação do presidente do Legislativo, deputado José
Albuquerque, e do vice-presidente Tim Gomes, com eles, que os tirou na noite
passada do recinto do plenário que eles
pretendiam ocupar.
Em pé, participando da conversa, José
Sarto, Lucílvio Girão e Manuel Duca.
O que querem o grevistas? Melhores condições de trabalho e
estudo, material didático, mais professores, laboratórios, restaurante
universitário (reivindica a Universidade Vale do Acarau-UVA, em Sobral),
investimentos na infra-estrutura dos campi. “Não se trata de greve por salário,
mas de investimento na estrutura das universidades”, disse o deputado Dr.
Guimarães (PV). “As três universidades têm um déficit de 789 professores”,
completou.
Dom Edmilson Cruz (quase 90 anos) esteve
nesta quinta-feira pela manhã em conversa
com o deputado Tin Gomes.
Outra voz da oposição que se
levantou foi a do deputado Heitor Ferrer (PDT): “Ao longo dos últimos 7 anos o
governador Cid Gomes só investiu 120 milhões de reais nas universidades do
Estado, mas gastou há poucos dias 160
milhões de reais com a aquisição de viaturas, comprou helicópteros por 180 milhões
de reais, gasta 80 milhões de reais com bandas de forró e pretende gastar 700
milhões com a construção da ponte estaiada”, afirmou.
Os grevistas cantam e dançam no "hall"
da Assembleia.
O deputado José Sarto
(PROS), líder do Governo, voltou a afirmar que o deputado Heitor (PDT) sempre
manipula os números em seu interesse. “Em 2006, o governador da época investiu
apenas 99 milhões de reais nas três universidades; em 2012, o governador Cid
Gomes aplicou 294 milhões nas universidades do Estado; também foi dado aumento
aos professores da UECE num montante de 104%, por isso não está incluída nas reivindicações
aumento salarial” – afirmou.
Esperando deitados
“O Governador vai conversar,
sim, com uma comissão de grevistas para uma discussão ampla sobre toda a pauta
de reivindicação e não vai estabelecer horário para isso, pode durar horas ou
dias, mas só aceitará o encontro após o término do ano letivo, quando toda
carga de estudos for cumprida para que os mais de 1.200 alunos que
aguardam a conclusão dos seus cursos para assumirem empregos,
bolsas de pós-graduação e até mesmo concurso público não venham a ser
prejudicados pela greve”, disse o deputado José Sarto.
Muitos grevistas fora querendo entrar
Ele também garantiu que esse compromisso é real, garantido pelo
próprio Governador e que tem o aval da direção da Assembleia Legislativa. A
mediação política entre os grevistas e a área governamental está sendo
conduzida pelo presidente da Assembleia, deputado José Albuquerque; o vice-presidente deputado Tin Gomes (PHS) e o líder do Governo deputado José Sarto.
As negociações entre parlamentares e professores,
técnico-administrativos e estudantes da Uece, Universidade Regional do Cariri (Urca) e Universidade Estadual Vale do
Acaraú (UVA) começaram na noite de
quarta-feira (27) e se estenderam
até a madrugada de quinta-feira (28), no “hall” da Assembleia Legislativa. Tratar da pauta de
negociações das universidades estaduais foi o motivo do encontro.
Além do presidente da Casa, José
Albuquerque (Pros), também estavam
presentes os deputados Sérgio
Aguiar (Pros), Tin Gomes (PHS), Lucílvio Girão (SDD), Manoel Duca (Pros), Júlio
César Filho (PTN), José Sarto (Pros) e Osmar Baquit (PSD) e o vereador Deodato
Ramalho (PT).