Esses atentados terroristas, como o de Nice, com 84 mortos e duas centenas de feridos, atingindo exclusivamente os civis, só servem para, em toda Europa, aumentar a pressão, o controle e a discriminação contra as populações de origem árabes mesmo as que já estão nos territórios há anos.
Os nativos e seus descendentes, que nada têm a ver com os terroristas, irão pagar um preço muito elevado somente pelo parentesco geográfica.
Todos sabem que, assim como nos Estados Unidos, os europeus também não veem com bons olhos os estrangeiros, sobretudo os residentes, sejam de que origem for porque dizem que estão lá para tomar o emprego deles, sobrecarregar a Previdência social deles, introduzir hábitos exógenos na cultura deles. Quando morei em Paris, como estudante de jornalismo, pude fazer essas observações, que agora, com os atentados, serão muito mais agravadas.
A França vai sair de seu pacifismo nostálgico e endurecer a sua política de aceitação de estrangeiros, sobretudo árabes, em seu território. A nova Primeira Ministra inglesa já disse a que veio e a Chanceler alemã também vai endurecer. Os demais países do bloco acompanharão os três.
A pergunta que se faz agora é a seguinte: como ficarão os milhares de refugiados que estão sitiados nas fronteiras de países dos balcãs e mesmo mais próximo, na Áustria, na Grécia e na Turquia?
Cada Estado-Membro da Europa está tomando medidas drásticas para impedir chegadas irregulares. Migrantes e refugiados são expulsos ilegalmente da Bulgária, Grécia e Espanha, sem acesso aos procedimentos de asilo e muitas vezes de maneiras que os colocam em grave risco.
Eles são maltratados por guardas de fronteira e guarda costeira. Além disso, alguns países da UE estão usando a ameaça de detenção de longo prazo como um impedimento para aqueles que pensam em ir para a Europa.
A Europa pacífica, acolhedora, que conhecemos doravante não será mais a mesma.