02.12.2016

Os Procuradores querem o poder absoluto
O articulista Reinaldo Azevedo, da revista Veja fez esta análise: “Ameaça de renúncia coletiva feita  por procurador é um absurdo; isso evidencia que os senhores procuradores se imaginam mesmo o único poder da República; o ultimato é dirigido ao presidente da República.
        Carlos Fernando Lima, aquele procurador que anunciou que iria lutar boxe com o Congresso — o que indica a sua disposição para o diálogo público e civilizado —, agora vem anunciar de forma tonitruante: se o presidente Michel Temer sancionar a proposta que cria o crime de responsabilidade para juízes e membros do Ministério Público, a força-tarefa renuncia.
        Vale dizer: o MPF resolveu fazer um braço de ferro com o Parlamento e quer arrastar o presidente da República para a crise. É de uma irresponsabilidade assombrosa. Os membros da força-tarefa agora agem como crianças chantagistas. Porque contam, e por bons motivos, com o apoio da esmagadora maioria da população, acham que podem agir na base do ultimato.
 
Abusar da ignorância
         “E noto também que os doutores  abusam um pouco da ignorância das pessoas comuns. Os bravos procuradores podem até querer renunciar pessoalmente à força-tarefa, mas o Ministério Público Federal, como ente, não pode renunciar a seu papel, não é? Tem de cumprir o seu dever. Ou nenhum procurador aceitaria o trabalho?
          “Vamos parar de brincadeira? Até porque, se nenhum procurador aceitasse fazer o seu trabalho, seria preciso enquadrar a turma no Artigo 319 do Código Penal, a saber: “Art. 319 – Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa”.
        “A coisa está começando a cair no terreno da comédia trágica. A ser assim, fechem-se os Três Poderes e se dê o poder absoluto ao MP. Afinal, a ameaça de renúncia indica que: a: eles não aceitam uma decisão do Congresso: b: eles não aceitam uma eventual decisão do presidente da República; c: eles não aceitam uma eventual decisão do Supremo. São apenas os Três Poderes da República”.

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