27.10.2014

Revista 'Veja' queria  eleger Aécio e reconquistar sua influência política, diz jornalista
         Para Renato Rovai, a publicação ignora a Justiça e joga as últimas fichas na tentativa de recuperar influência na sociedade. Por Rodrigo Gomes, da RBA, publicado 26/10/2014 - Rede Brasil Atual.
Rovai usa tabuleiro War, que simula guerra de conquista por controle do mundo, para exemplificar ação da Veja.
São Paulo – O editor da revistaFórum e professor de jornalismo digital na Universidade Cásper Líbero, Renato Rovai, avalia que as últimas ações da revista Veja – publicação semanal da Editora Abril –, que divulgou denúncias não comprovadas e desrespeita o direito de resposta concedido à campanha da presidenta e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT), são uma cartada final na tentativa de recuperar a influência política na sociedade. "É uma das campanhas mais sórdidas da história", definiu.

Rovai utilizou o jogo de tabuleiro War, que simula uma guerra de conquista pelo controle do mundo, para exemplificar a ação da publicação. "Eles tinham influência no território todo. Se depois disso tudo, o Aécio ganhar, eles recuperam", explicou. Para ele, no entanto, se Dilma vencer, estará decretado o fim da credibilidade da publicação. 
      A denúncia de que Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT, 2003-2010) tinham conhecimento dos desvios na estatal Petrobras foi publicada na Veja, na última sexta-feira (24). o que representa um adiantamento na distribuição, já que a publicação vai às bancas, normalmente, aos domingos. Sem apresentar provas, a revista apenas divulga um suposto trecho do depoimento do doleiro Alberto Yousseff, preso na operação Lava Jato da Polícia Federal, afirmando que ambos "sabiam de tudo".
   A denúncia foi amplamente utilizada pela campanha de Aécio Neves, candidato tucano, em programa eleitoral na TV e no rádio, e, inclusive, no último debate, realizado na TV Globo na noite de sexta. Ontem (25), a própria rede Globo publicou reportagens repercutindo a "denúncia" nos jornais da tarde (jornal Hoje) e da noite (Jornal Nacional), na mesma linha, ou seja, sem apresentar provas. 
       A Globo, inclusive, ignorou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia concedido direito de reposta para a campanha de Dilma contra a Veja, na manhã de ontem, alegando que não havia provas da denúncia publicada e que a Abril não poderia fazer propagandas da edição, pois isso caracterizaria propaganda política, o que é vedado para veículos de comunicação. A TV somente informou da decisão ao final na reportagem exibida.
         A própria revista não publicou o direito de resposta no site como manda a lei: em igual tamanho, com mesmo tipo de letra e com o mesmo destaque. No caso, são duas ações. A primeira é a publicação no site da revista, no mesmo espaço que era ocupado pela denúncia. Além disso, a edição impressa teria de publicar o direito de resposta destacado na página, além de conteúdo interno de igual tamanho e destaque.
       "A capa criminosa continua no site e o direito de resposta está sem destaque. Veja cobra o rigor da lei contra o partido. Aqueles que foram considerados culpados no mensalão estão detidos. Já a revista não respeita uma decisão judicial", afirmou Rovai. O texto da campanha de Dilma diz, na nota, que “setores tentam influenciar o processo eleitoral por meio de denúncias vazias, que não encontram qualquer respaldo na realidade”.
      Para Rovai, também demonstra o desrespeito de Veja pela Justiça o fato de um colunista da revista ter publicado dois textos criticando a decisão do juiz. "Não basta não acatar a decisão, é preciso desmoralizar o magistrado que a tomou", criticou”. (Fonte: Rede Brasil Atual).

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