Postagem do dia 21.06.2013

O “quebra-cabeça” das manifestações


Não é preciso quebrar a cabeça para  entender  estas manifestações que "papocam" no Brasil inteiro.  O extravazamento de insatisfações  agora vai  muito além da simples redução das tarifas do transporte coletivo. As palavras de ordem expressas nos cartazes e nas faixas deixam bem claro que o grau de insatisfação da população é muito elevado e generalizado abrangendo alguns dos nossos mais cruciais problemas como Saúde Pública, Segurança, Corrupção, Educação,  exorbitantes e descontrolados gastos com a reforma e construção de estádios para os jogos das Copas das Confederações e Copa de Futebol em 2014, despesas essas que inviabilizaram pelo menos nesta década projetos essenciais como a transposição do rio São Francisco para atender com água o Nordeste, ferrovias, estradas etc. Bem ligeirinho o governo federal e os estaduais  correm atrás do prejuízo e  estão  encontrando fórmulas  para redução das tarifas de transporte coletivo.

É bom observar que o movimento generalizado está  seguindo  na esteira do que aconteceu na Tunísia e no Egito, com a derrubada dos governos pelo povo, e na Líbia, com a ajuda da União Européia e dos Estados Unidos. E há ainda os protestos em vários  países europeus. Em todo mundo, onde há problema,  o povo, quando pode, está protestando. Até mesmo no Irã  movimentos de protesto já se registraram.
Aqui  no Brasil duas características  do movimento chamam atenção: o Foco, que no início aparecia como sendo  tarifa de ônibus, foi  apenas "a gota  d´água”, que, como registrou uma  manifestante,  "o copo encheu". A segunda característica a se notar  é que  não há um partidos políticos  de esquerda ou de direita liderando os protestos, fato inédito em nossa história política. O que se observa também é que ainda não apareceu uma liderança para o movimento, sendo ele nascido nas redes sociais e conduzido pela vontade de cada um participante de manifestar o seu descontentamento.
Agora o “quebra-cabeça” do  movimento vai ser  tratar com seriedade a questão os pequenos grupos encravados  nas manifestações que estão provocando baderna, quebra-quebra, depredação e invasão de prédios públicos.     
É o mais urgente a ser feito.   

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