09.04.2018

O cearense Bode Iôiô será tema de escola de samba Tuiuti
           E o nosso conhecido Bode Ioiô (fotos do bode Ioiô de Felipe Abud) ganha o mundo com sua história e ousadia. Em exposição no Museu do Ceará, equipamento da Secretaria da Cultura do Estado, ele será tema do enredo da escola de samba Paraíso do Tuiuti em 2019. O animal, figura importante no nossa história, ganhou fama que acabou sendo eleito vereador nas eleições de 1922, em um ato protesto da população.                                                        
             A Tuiuti pegará esse gancho e trará um desfile sobre a importância do voto consciente. A escola de samba fez o anúncio oficial do enredo, ainda sem nome, na sexta-feira, 6. A proposta é manter a essência crítica na temática, como foi neste ano com alas que retratavam a escravidão e faziam fortes críticas à política brasileira e à reforma trabalhista.
            "Chegado à capital pelas mãos de flagelados da seca de 1915 – aquela eternizada por Rachel de Queiroz –, o personagem desta história fora comprado provavelmente por caridade pelo dono de uma das muitas firmas de importação e exportação que se espalhavam pela capital cearense que pretendia ares de modernidade naquele início de século. E foi justamente pelas ruas dessa Fortaleza que se desejava chic que o bode, símbolo de uma cultura sertaneja que se queria suplantar, ganhou fama, em suas idas e vindas diárias da Praia do Peixe ao Centro da cidade. E é daí que se acredita vir seu famoso nome, Bode Ioiô.
            Conta a memória de Fortaleza que o caprino tinha livre trânsito pela cidade, sem ser incomodado pelos fiscais da Intendência, adentrando vários estabelecimentos comerciais, sobremaneira os Cafés, onde desfrutava do carisma de muitos e de vários tipos de regalias. Era um bode boêmio! E nessa boemia nosso personagem teria de tudo aprendido: a tomar cachaça, a andar de bonde e até a levantar a saia das moças. Conta-se mesmo que chegou a ser eleito vereador da cidade, em uma época em que o voto acontecia em cédulas de papel e os protestos políticos realizavam-se muitas vezes através da galhofa", afirma Carla Vieira, diretora do Museu do Ceará. (Fonte: Ascom/Secult).

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