Postagem do dia 05.09.2014

Abandono do pequeno produtor rural

Pequena fazenda no Ceará
Começando o que os cearenses chamam de BROS (setembro, outubro, novembro e dezembro),os quatro meses mais difíceis e secos para as populações do interior, os pequenos agricultores relembram com saudade os governos de Virgílio Távora, César Cals, Adauto Bezerra, Manoel de Castro  e Gonzaga Mota quando, através da Codagro, podiam comprar rações, tortas de oleaginosas, farelos de trigo e implementos agrícolas para suas pequenas propriedades e a um preço bem mais em conta.
 
Virgílio Távora (de óculos), secretário da Agricultura
Ésio de Souza, o primeiro, lideranças rurais e homens do campo
num diálogo permanente.
Podiam também contrair empréstimo junto às instituições bancárias para o custeio de seus animais (compra de rações)  e realização de obras (cercas, barreiros, poços, silos etc.) em suas propriedades. E assim conseguiam escapar até a próxima seca.
 
Veio o primeiro Governo Tasso Jereissati (na metade dos anos 80)  e acabou com a Codagro, Epace, esvaziou a Ematerce e pôs fim nos projetos de ajuda aos pequenos produtores rurais. “Quem quiser ter propriedade rural - vacas, cabras, bodes, carneiros, que se vire para mantê-los”, dizia-se na época. Repetiu-se o governo Tasso, vieram os governos Ciro Gomes, Tasso novamente, Lúcio Alcântara e Cid Gomes, dois mandatos, e nada foi feito pelo pequeno produtor rural, que a cada ano foi perdendo fôlego e agora  está inteiramente debilitado.  “Hoje” – dizia ao blog um desses pequenos produtores – “só existe ajuda para a agricultura familiar”, o que não é o caso desses pequenos fazendeiros, que não se enquadram no projeto.
Por essas, outras, e as secas é que o número de animais bovinos do Ceará foi reduzido de 2 milhões e 200 mil cabeças no início dos anos 2000 para algo em torno de 1 milhão de cabeças em 2013  com indicativos de que nunca mais recuperará o número anterior, segundo dirigentes das associações e sindicatos da categoria. Por isso, todos esperam que o novo Governo possa vir a mudar esse triste quadro.
Mas dos candidatos, até agora, nenhuma palavra sobre a questão.

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