Postagem do dia 10.08.2013


A “queda de braço”  dos viadutos

Na escuridão da noite, a Guarda bateu forte
Merece reflexão pelos duas partes -  no caso as autoridades municipais e os manifestantes contrários à construção dos  viadutos  questionados  – a força usada para desocupação da área. Na ótica dos ocupantes, nada poderá (poderia) ser feito sem uma ampla consulta à população, o que na realidade não foi feito. Como de hábito no Brasil, impõem-se uma obra pública de cima para baixo. O governante quer, pronto, é lei.


Assim era o Cocó no início da construção do Iguatemi
Numa sociedade democrática não é para ser assim: tem que haver proposta, discussão, análise dos prós e contras e, finalmente, chegar-se a um consenso. Não houve isso, daí talvez a resistência. O caso das árvores  é de somenos importância porque, dentro do parque, há espaço para plantar-se o quíntuplo das que foram e serão cortadas para execução da obra. O importante também agora  é a luta pela preservação do que resta da antiga salina do Cocó que se transformou em parque.

O Cocó de hoje
 
A visão da Prefeitura é outra: temos que fazer, vamos fazer. E empurra-se a obra “goela abaixo” da população. Qualquer cidadão de bom senso, reconhece que os viadutos  serão fundamentais para impedir que Fortaleza chegue aos dois próximos anos  com o trânsito mais engarrafado do Nordeste, talvez até mesmo do Brasil, sobretudo naquela área de comércio e residencial. Essa   tragédia  de se  ter que mexer com o “imexível” -  o Parque do Cocó -  por causa de algumas árvores, perfeitamente substituíveis, não pode ser aceita sob pena de se ver  a cidade  ameaçada em sua  mobilidade urbana e duramente prejudicada.

Como não houve consenso apesar do dialogo aberto, franco, procurado pelo prefeito Roberto Cláudio e pelo próprio governador  Cid Gomes, a força foi necessária. Agora precisa-se de interlocutor credenciado para contornar o problema e  superar a lenga-lenga com a Justiça.

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