A “queda de braço” dos viadutos
Na escuridão da noite, a Guarda bateu forte |
Merece reflexão pelos duas partes -
no caso as autoridades municipais e os manifestantes contrários à
construção dos viadutos questionados
– a força usada para desocupação da área. Na ótica dos ocupantes, nada
poderá (poderia) ser feito sem uma ampla consulta à população, o que na
realidade não foi feito. Como de hábito no Brasil, impõem-se uma obra pública
de cima para baixo. O governante quer, pronto, é lei.
Assim era o Cocó no início da construção do Iguatemi |
Numa sociedade democrática não é para ser assim: tem que haver proposta,
discussão, análise dos prós e contras e, finalmente, chegar-se a um consenso.
Não houve isso, daí talvez a resistência. O caso das árvores é de somenos importância porque, dentro do
parque, há espaço para plantar-se o quíntuplo das que foram e serão cortadas
para execução da obra. O importante também agora é a luta pela preservação do que resta da
antiga salina do Cocó que se transformou em parque.
O Cocó de hoje
A visão da Prefeitura é outra: temos que fazer, vamos fazer. E empurra-se a
obra “goela abaixo” da população. Qualquer cidadão de
bom senso, reconhece que os viadutos serão fundamentais para impedir que Fortaleza
chegue aos dois próximos anos com o
trânsito mais engarrafado do Nordeste, talvez até mesmo do Brasil, sobretudo
naquela área de comércio e residencial. Essa
tragédia de se ter que mexer com o “imexível” - o Parque do Cocó - por causa de algumas árvores, perfeitamente
substituíveis, não pode ser aceita sob pena de se ver a cidade
ameaçada em sua mobilidade urbana
e duramente prejudicada.
Como não houve consenso apesar do dialogo aberto, franco, procurado pelo
prefeito Roberto Cláudio e pelo próprio governador Cid Gomes, a força foi necessária. Agora precisa-se
de interlocutor credenciado para contornar o problema e superar a lenga-lenga com a Justiça.
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